15/12/2020 • , , • por Andre Massaro

Network – O seu capital social


Network é o nome que se dá à sua rede de contatos e de pessoas conhecidas.
O network é um recurso econômico, que pode ser usado para produzir riqueza. Ele é, portanto, um tipo de “capital” (lembrando que, em Economia, “capital” não representa apenas dinheiro, e sim qualquer tipo de recurso que seja, potencialmente, gerador de riqueza).

Inclusive, existe um trocadilho famoso, em Inglês, que diz:

Your Network Is Your Net Worth

Em tradução livre, esse ditado quer dizer que a sua rede de contatos (network) é o seu patrimônio líquido ou sua riqueza (net worth).

Ou seja, os “gringos” já associam, de forma direta, o network com riqueza.

Diagrama em formato de mapa mental, mostrando o que é network e o que é networking
Mapa mental – Network
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O que é network e networking

Network é, pura e simplesmente, a sua rede de contatos. Se você tem uma rede de contatos, você tem um network – simples assim.

Num contexto de negócios, o seu network é o conjunto de pessoas que você conhece e com quem tem algum tipo de relacionamento. E o networking é o ato de cultivar e desenvolver relacionamentos nessa rede, e também de fazer com que essa rede se expanda.

E, aqui, é interessante ressaltar, novamente, os relacionamentos. Relacionamento é o tipo de conexão que você tem com as pessoas de sua rede. Quanto mais sólidos forem esses relacionamentos, mais sólida a sua rede será.

Networking é hipocrisia?

Muitas pessoas têm resistência ao conceito de networking, que associam com hipocrisia, com relacionamentos puramente por interesse e com “usar as pessoas”.

Nesse aspecto, podemos dizer que o network é como uma arma ou uma ferramenta (e, de fato, é). Se a pessoa que estiver praticando o networking for ética, o resultado desse networking será igualmente ético. Se a pessoa que estiver praticando o networking NÃO for ética, o resultado será abuso, hipocrisia e falsidade.

Network, amizade e afinidade

Um dos motivos (talvez o principal) da resistência de algumas pessoas ao networking (e de sua má imagem) é porque confundem network com “amizade”.

Seu network NÃO É o seu “grupo de amigos”. Seus amigos, parentes e todo mundo com quem você tem algum relacionamento é, de uma forma ou de outra, parte de seu network. Mas nem todo mundo que está em seu network é seu amigo.

Para que uma pessoa seja considerada seu “contato”, não é um pré-requisito ter amizade com ela. Mas é um pré-requisito que haja AFINIDADE.

A pessoa precisa gostar de você (e você gostar dela) nem que seja “um pouquinho”, para que esse relacionamento exista e essa pessoa possa ser considerada um integrante de sua rede.

Se não houver algum grau de afinidade, existem dois estados possíveis da pessoa em relação a você:

  • Indiferença (situação em que não existe relacionamento);
  • Aversão (situação em que há antipatia ou, pior, inimizade. A pessoa quer ver o diabo mas não quer ver você).

Na ausência de algum grau de afinidade, não há network e nem networking.

O network é feito de pessoas – e elas têm sentimentos…

O network é uma ferramenta. Porém, a palavra “ferramenta” pode dar a ideia de uma coisa mecânica, como se fosse uma máquina.

É preciso não perder de perspectiva (NUNCA) que o network é feito de pessoas. Não é como um carro ou um computador, que você pode “judiar” e, contanto que não quebre, vai continuar fazendo aquilo que você quer.

Pessoas têm sentimentos e não gostam de se sentir abusadas. Por isso, se você é aquela pessoa que só quer “receber”, sem dar nada em troca, seus esforços de networking terão vida curta e, eventualmente, você pode acabar marcado como alguém indesejável e sem valor.

Então, a melhor abordagem, no networking, é PROVER VALOR para a sua rede ANTES de esperar receber alguma coisa em troca.

Que tipo de valor prover ao seu network

De novo: O network é uma ferramenta. Ele é um “amplificador de possibilidades”, já que te permite chegar, mais rapidamente, nas pessoas interessadas naquilo que você tem a oferecer.

E a melhor abordagem, no networking, é “dar antes de receber”. Porém, é preciso TER algo a oferecer. Do contrário, aquele relacionamento tende a se dissolver e se perder.

As melhores coisas que você pode oferecer para a sua rede de contatos são:

  • Conhecimento (conteúdo)
  • Outros contatos (ser um “conector”)

Quanto mais conteúdo (conhecimento de um ou mais assuntos) você tiver, mais utilidade (e valor) você terá para as pessoas. E quanto mais gente tiver em seu network, mais poderá prover valor conectando essas pessoas.

No fim, tudo se resume a conteúdo e conhecimento. Mas, se você não tiver aquele conhecimento que está sendo desejado, você pode manter (ou mesmo aumentar) seu valor ao ser aquela pessoa que diz “eu não sei, mas eu sei quem sabe”.

Por isso, se você está começando “do zero”, invista em conhecimento (conteúdo) de valor, antes de investir no networking propriamente dito.

Quanto mais conteúdo você tiver, mais vai gerar valor. Quanto mais valor gerar, mais sua rede de contatos vai crescer… E você vai gerar mais valor ainda!

E, quanto mais valor você gera, mais você pode esperar “receber valor de volta” quando precisar…

Em que momento fazer networking

Tem um velho ditado chinês que diz que “o telhado deve ser consertado enquanto ainda está ensolarado”.

Esse ditado traduz a essência do network. Network é como um seguro de vida – é algo que se faz ANTES de precisar.

Se você deixar para fazer seu network quando estiver precisando de ajuda, você se colocará na posição de alguém que quer “receber antes de dar”.

Eventualmente você conseguirá receber a ajuda que quer, mas não vai conseguir criar um relacionamento e, muito provavelmente, passará a ser vista como uma pessoa de baixo valor, que quer obter as coisas a troco de nada.

Então, o melhor momento para começar seu network (caso ainda não o tenha) é ontem. O segundo melhor momento é agora.

Construa ANTES de precisar, e cuidado com a proverbial “zona de conforto”.

Não deixe que a situação de conforto (por exemplo, estar empregado numa posição aparentemente segura e estável) te “amoleça” e te faça não investir em sua rede de contatos. Ou, então, que faça com que o desenvolvimento da sua rede vire aquela coisa que fica sempre “pra depois”.

Lembre-se que o “depois” pode virar “agora” de forma inesperada.

Como (e onde) fazer networking

O networking pode ser feito, basicamente, em qualquer lugar e a qualquer hora.

Qualquer ocasião profissional ou social – seja presencial ou online – é uma oportunidade de conhecer pessoas, conectá-las e desenvolver relacionamentos.

Não há uma dica de lugares e ocasiões específicas para se fazer networking. Eventos de negócios e ocasiões sociais podem funcionar igualmente bem.

Porém, eu posso dar uma dica de onde NÃO fazer networking: Em eventos que sejam feitos, deliberadamente, com a intenção de se fazer networking…

A maior parte desses “eventos de networking” (que não têm nenhum outro objetivo a não ser aproximar pessoas) costuma trazer exatamente aquele tipo de gente de “baixo valor”, que está em busca de uma solução para os seus problemas, sem ter qualquer intenção de desenvolver um relacionamento.

Esses eventos acabam tendo aquele caráter explicitamente “transacional”, que é exatamente o que acaba dando, ao networking, a imagem negativa que alguns fazem: De hipocrisia, superficialidade e de “usar e descartar” pessoas.

Uma última palavra sobre amizade

Para não esquecer: Networking NÃO É amizade. Networking ENVOLVE INTERESSE.

Só que é possível você cuidar de seus interesses sem ser uma pessoa “interesseira”. É possível fazer networking de forma ética, decente e não abusiva.

E, eventualmente, “contatos” de sua rede podem evoluir para uma amizade verdadeira.

Conclusão

No mundo das finanças e, em particular, da contabilidade, “capital social” representa os recursos que, em uma empresa, são aportados pelos sócios (daí o nome).

Porém, numa acepção mais ampla, “capital social” pode ser entendido como capital no sentido econômico (de recursos para geração de riqueza), só que baseado em seus relacionamentos sociais.

É o potencial de geração de riqueza e de benefícios baseado em “quem você conhece”.

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