Antes de começarmos este artigo, um aviso importante: O foco, aqui, são filhos ADULTOS que, supostamente, já deveriam ter cortado o “cordão umbilical financeiro” e estar em capacidade de tomar conta de suas próprias vidas.
Porém, esses filhos seguem, em maior ou menor grau, explorando financeiramente os próprios pais, por incapacidade de atingirem a própria independência financeira ou, em alguns casos, por puro comodismo.
Minha experiência no assunto
Eu sempre gosto de começar meus conteúdos (especialmente aqueles sobre temas controversos) com algum tipo de disclaimer, para poupar as pessoas de fazerem questionamentos óbvios.
O disclaimer aqui é o seguinte: Eu não tenho filhos. Só que, como vamos ver a seguir, o fato de não ter filhos, neste caso, provavelmente me coloca em situação de VANTAGEM para falar do assunto, e não de desvantagem (afinal, quando se fala em filhos, o enviesamento é bravo…).
Porém, ao longo da minha carreira profissional orientando indivíduos e famílias na gestão de seus patrimônios (e também em algumas situações pessoais e familiares), eu já tive a oportunidade de ver filhos adultos ARRUINAREM os próprios pais, financeiramente e pessoalmente.
É uma situação muito complicada pois, por conta dos laços envolvidos, os pais, muitas vezes, se permitem arruinar – não de forma deliberada e consciente, mas num verdadeiro show de justificativas, negações e racionalizações.
Inclusive, já quero deixar, como sugestão de leitura complementar, um outro artigo aqui do site: Abuso e violência financeira contra o idoso.
O principal problema – Não enxergar o óbvio
Falar de relações conflituosas entre pais e filhos é sempre um assunto espinhoso. Falar de relações conflituosas entre pais e filhos quando tem dinheiro envolvido é algo espinhoso à enésima potência…
O maior problema é que uma boa parte dos pais não enxerga (ou não quer enxergar) que está sendo explorada. Até porque raramente essa exploração dos filhos acontece de forma explícita e agressiva.
O filho dependente e explorador não costuma ser o sujeito truculento que entra na casa dos pais chutando a porta e fala “me dá dinheiro senão eu encho vocês de porrada”. Pelo contrário, a coisa vai muito mais da linha do “Oh mamãe, eu te amo tanto, você é tão boa para mim, eu sou tão abençoado de ter você como mãe… a propósito, tem ‘milzinho’ aí pra me emprestar?”.
E os pais acabam tendo uma tendência natural de “aliviar” para o lado dos filhos.
É algo compreensível (afinal, fomos evolutivamente programados para proteger nossos descendentes), mas deixa de ser tão compreensível quando a própria situação material dos pais corre o risco de ficar comprometida.
O ponto é que é incomum que pais que estejam sendo explorados financeiramente por filhos adultos reconheçam e admitam essa situação.
“Seu filho é acima da média”
Um dos vários vieses cognitivos que afeta nossos julgamentos e decisões é o chamado “viés de superioridade”. O viés de superioridade é aquele que faz com que acreditemos ser melhores do que realmente somos. É o viés que faz com que acreditemos que somos motoristas, investidores ou seja-lá-o-que-for “acima da média”.
Esse viés é extensível aos filhos também. Pais tendem a acreditar que seus filhos são “acima da média” e frequentemente superestimam (ou aumentam descaradamente) as capacidades profissionais e acadêmicas dos próprios filhos.
Eu vejo tantos pais falando que seus filhos são inteligentíssimos e bem sucedidos que eu me pergunto, às vezes, se as pessoas medíocres (ou ineptas) simplesmente “surgem do nada”, de forma espontânea. Essas pessoas não devem ter pais… Ou, então, os pais realmente NÃO ENXERGAM, na realidade, quem são os próprios filhos.
E eu imagino que deva ser muito difícil para um pai ter que admitir, em algum momento, que o próprio filho é uma pessoa medíocre (não no sentido pejorativo, mas no sentido de “mediano”).
Por isso, para interromper (ou evitar) a exploração financeira, a primeira coisa que os pais devem fazer (e isso é difícil…) é enxergar a realidade. Quem é seu filho, afinal, numa escala de sucesso profissional e financeiro?
Vamos ver a seguir.
Entendendo o grau de autonomia financeira de seus filhos
Para ajudar a enxergar melhor onde seus filhos estão, eu criei uma “escala de autonomia financeira”, que vai da total dependência financeira (no lado esquerdo) até a independência financeira absoluta que, tipicamente, coincide com uma vida profissional extremamente bem sucedida (na extremidade direita).
Eu também tracei uma curva normal (“curva de sino”) com uma distribuição das pessoas conforme seus graus de autonomia financeira. O ponto médio da curva representa aquela pessoa que não é nenhum exemplo de sucesso financeiro, mas que consegue, minimamente, cuidar da própria vida sem pedir socorro para os pais.
O sujeito que está no meio é a pessoa medíocre (novamente, no sentido não pejorativo), o típico “Zé Arruela” (ok, desta vez estou sendo pejorativo…).
E eu criei seis categorias (três para cada lado da linha média) para que você possa classificar seus filhos conforme a autonomia financeira.
Então observe que temos seis categorias, que eu numerei conforme a quantidade de observações.
(Os dados utilizados para construir essa distribuição vieram do renomado “Instituto de Pesquisas Enxergue o Óbvio”)
Categoria 1
Aqui estão os filhos moderadamente bem sucedidos profissionalmente e que têm um grau de autonomia financeira. Talvez não tenham uma vida lá muito boa e vivam sempre meio “apertados”, mas não precisam de socorro financeiro dos pais.
São filhos que, provavelmente, não vão encher os pais de orgulho (pelo menos não pelo sucesso profissional e financeiro) mas, por outro lado, também não vão dar trabalho.
Categoria 2
Aqui estão aqueles filhos que tiveram sucesso profissional e atingiram uma indiscutível autonomia financeira.
Esses são aqueles filhos de quem os pais gostam de falar, cheios de orgulho, nas festas de família, que receberam uma promoção ou que estão atendendo pessoas importantes e famosas.
Dificilmente um filho, nesta categoria, vai dar trabalho para os pais em algum momento.
Categoria 3
Aqui é onde estão os filhos que são absolutamente bem sucedidos em níveis “fora da curva” (neste caso, literalmente). Esses são aqueles filhos que vão se tornar pessoas famosas, ricas e importantes, de altíssimo status.
Aqui, você não precisa ter nenhuma preocupação com a autonomia financeira de seu filho. Seu filho não irá te explorar. Aliás, é mais provável que, nesta situação, VOCÊ acabe querendo explorar seu filho…
Categoria 4
Aqui estão aqueles filhos que estão na média, mas não têm uma autonomia financeira plena e, ocasionalmente, precisam de ajuda financeira.
Porém, essa ajuda financeira costuma ser pontual ou temporária. E, por ser pontual e/ou temporária, essa ajuda financeira talvez nem deva ser chamada de “exploração”. Mas ainda assim é uma situação preocupante pelo potencial de deterioração da situação.
Aqui estão aqueles filhos que, ocasionalmente, dão “algum trabalho”, mas não são fonte de grande preocupação.
Categoria 5
Aqui é onde estão aquelas pessoas que são, de fato, “fracassadas”. Pessoas adultas que têm condições físicas e cognitivas de conquistar autonomia financeira, mas que, por alguma razão, “não dão certo na vida”.
São pessoas que se tornam cronicamente dependente dos pais, inclusive em idade adulta avançada (assumindo que os pais estejam vivos). E, se não tiverem os pais para explorar, se tornarão dependentes de outra pessoa (um cônjuge, um ex-cônjuge, algum outro parente…).
As pessoas nesta categoria são parasitas (de novo, não em um sentido pejorativo, mas no sentido literal, de que precisam de um organismo hospedeiro para sobreviverem).
Categoria 6
Aqui estão pessoas que são financeiramente dependentes de forma definitiva e irreversível. São, usualmente, pessoas que sofrem limitações de natureza física e/ou cognitiva e que não conseguirão uma autonomia financeira plena (nem que queiram e que se esforcem muito para isso).
Neste caso, não cabe falar em exploração. É uma situação “da Natureza”, que independe de escolhas ou de disposição.
Como ajudar (de verdade) seus filhos
Se seus filhos precisam de ajuda financeira pontual e esporádica, isso não é uma situação ideal, mas, por outro lado, não necessariamente é um problema. Coisas pontuais e esporádicas são, por definição… pontuais e esporádicas!
O grande problema é quando seus filhos precisam de socorro financeiro regular. Neste caso, eles precisam de ajuda. E a “ajuda” que eles precisam NÃO É DINHEIRO, e sim um “chacoalhão” ou, na melhor das hipóteses, algum tipo de orientação para que eles consigam andar com as próprias pernas.
O que fazer para cada categoria de autonomia financeira
Os filhos que estão nas categorias 1, 2 e 3 não são fonte de preocupação e não precisam de nenhum tipo de ajuda.
Os filhos na categoria 4 são aqueles que podem precisar de ajuda esporádica e pontual. Eles podem prejudicar a qualidade de vida dos pais ao os manterem em um estado de “sobrealerta”. Por exemplo, os pais podem deixar de fazer alguma coisa que eles queiram (uma viagem, por exemplo), para terem reserva financeira adicional para salvar a pele de um filho na eventualidade de uma “escorregada”.
Neste caso, o filho deve ser orientado a, ele próprio, constituir suas reservas financeiras para emergências e a fazer um plano de desenvolvimento profissional de longo prazo, para assegurar mais autonomia e conforto material.
Os filhos da categoria 6 são aqueles que não há muito o que fazer. Como a dependência financeira deles vem de fatores que estão acima de vontade, disposição ou capacidade, cabe aos pais fazerem seus planos de longo prazo considerando que terão que acomodar as necessidades desses filhos dependentes em suas vidas.
Ainda que filhos considerados “incapazes” possam ter rendas oficiais e benefícios sociais para dar cabo de suas necessidades, dificilmente eles conseguirão viver sem algum tipo de apoio familiar.
Então, neste caso, não cabe falar em autonomia financeira. Tem que ajudar e “ponto final” – não é uma questão financeira, e sim uma questão moral.
A grande encrenca está na categoria 5, que são aqueles filhos dependentes que não sofrem de limitações cognitivas (talvez não sejam indivíduos “muito brilhantes”, mas estão dentro de uma faixa de normalidade cognitiva e intelectual) mas, ainda assim, não conseguem cuidar das próprias vidas.
Os filhos nessa categoria costumam se enquadrar em três subcategorias: Os sonhadores, os acomodados e os perdidos.
Os sonhadores:
São aqueles filhos que tomaram decisões questionáveis na vida e fizeram escolhas de carreira sem considerar o valor econômico daquilo que iriam fazer.
É, essencialmente, aquele cara que acreditou na baboseira de “siga sua paixão”, investiu seu tempo estudando coisas absolutamente inúteis e hoje, previsivelmente, não encontra ninguém disposto a pagar por aquele “talento nato”.
A abordagem ideal para o filho sonhador é dar duas bofetadas na cara, depois colocá-lo sentadinho numa cadeira e ensinar um conceito básico de economia, que é o seguinte:
“A gente ganha dinheiro quando gera valor para outras pessoas. A única forma de ganhar dinheiro fazendo o que gosta é se, por coincidência, aquilo que você gosta também gera valor para outras pessoas. Agora, tome vergonha na cara e arrume um trabalho de verdade”.
Os acomodados:
O acomodado é aquele que ficou nessa situação porque é confortável e porque “alguém” permitiu isso. Esse “alguém” entre aspas não está aí por acaso. Se você tem um filho acomodado vivendo às suas custas, o primeiro lugar onde você deve procurar um responsável é no espelho.
Você deve, sim, dar um chute na bunda do seu filho. Mas, antes disso, você precisa dar um chute na bunda de si próprio e assumir o compromisso de não tolerar abusos – nem de seus filhos e nem de ninguém.
E já que isso vai envolver um pouco de autocrítica, pergunte-se se o seu filho acomodado não é o resultado de uma personalidade controladora e insegura, que quer manter os filhos indefinidamente “debaixo das asas”.
Se for o caso, saiba que você está prejudicando a si próprio e aos seus filhos.
Os perdidos:
Os filhos “perdidos” são aqueles que têm dificuldades em fazer escolhas profissionais e acadêmicas. Ou que fizeram escolhas que se revelaram erradas, tomaram consciência disso e estão tentando achar um novo caminho. Neste caso, podemos dizer que a pessoa é um “sonhador em remissão”.
O filho perdido (que reconhece sua situação de perdido) é um caso em que vale um voto de confiança e um pouco mais de empatia.
Uma possibilidade é ajudar o filho a definir melhor seus objetivos, o que pode ser feito, se necessário, com ajuda de terapeutas e orientadores profissionais. Caso esses objetivos já estejam definidos e haja um plano profissional, pode-se ajudar o filho perdido a desenvolver as habilidades e competências necessárias para executar esse plano (e deixar de ser perdido).
Porém, é preciso cobrar do filho perdido que saia, o mais rapidamente possível, da situação de perdido e que encontre um rumo (sob o risco de acabar exaurindo os recursos dos pais).
E que seja um rumo viável e que “faça sentido” do ponto de vista econômico, para que seu filho não deixe de ser um “perdido” para virar um “sonhador” (ou, o pior dos cenários, um “sonhador perdido”).
Conclusão
A exploração financeira dos pais, por parte de filhos adultos saudáveis e capazes, é uma coisa insidiosa por causa das questões psicológicas e emocionais envolvidas.
Uma parte significativa dos pais que sofrem abusos simplesmente “não quer ver” a realidade, e acaba fomentando ainda mais o comportamento abusivo e dependente.
Por isso, é preciso coragem, por parte dos pais, para tomar as atitudes necessárias para cessar a exploração. Para o bem deles e para o bem dos próprios filhos.
Afinal, mesmo que os pais tolerem os abusos e a exploração, a quem os filhos exploradores vão explorar quando os pais se forem deste mundo e voltarem a ser poeira estelar?
Comentários
Excelente artigo, parabéns.
Artigo excelente e esclarecedor
Ótimo artigo – consegui classificar várias pessoas que conheço nas categorias que mencionou.
Isso foi a coisa mais idiota que eu li , quanto moralismo , esteriotipação , a autoria acha que é da academia de letras kkkk , a velha culta capitalista do loser 🤣
Excelente texto
Excelente artigo, como sempre.
Parabéns pela didática nas classificações e pelos pertinentes comentários, especialmente nas recomendações.
Nossa, depois que escrevi este recado em um momento de desabafo, tanta coisa aconteceu e hj me lembrei do que eu havia escrito. Acabou que minha irmã continuou depenando meus pais, até que ficaram sem economia para a velhice. Meu pai ficou doente, e ela descaradamente sugeriu que internasse ele no hospital público e eu acabei concordando, já que ele mesmo não se preocupou em economizar para sua velhice e sempre se preocupou com ela. Meu pai morreu e hj, minha mãe mora comigo, minha esposa e 3 filhos. Foi meu pai morrer, não deixar herança , pois minha irmã acabou com tudo, que eu cheguei para ela e disse que a mama tá tinha acabado e que eu não enviaria mesada, fui firme com ela. Acabou que ela arranjou emprego e hj trabalha, fora os alugueis de imóveis que meu pai em vida deixou para ela , por dó. Foi ele morrer, que ela arranjou emprego, ou seja, ela era realmente encostada e de vez em quando visita minha mãe. Sobre o comentario do papo reto, ele provavelmente é um filho 5 encostado, Oi um pai pataca que sustenta um número 5, porque não é normal tanta violência nas palavras, é porque se identificou com minha irmã de alguma forma. Hj tudo isso passou, mas fica a lição de jamais fazer isso com meus filhos, pois essa distinção descarada só levou meu pai a falência, não fez minha irmã ser grata e cuidar dos meus pais na velhice e fez eu enxergar minha irmã como uma folgada, encostada graças a atitude de meus pais. Não façam isso. Hj tudo mudou.
Excelente texto André.
Um tema que é muito recorrente e que gente sem filho costuma ouvir um “você não sabe como é, não tem filho” quando toco nesse assunto e digo que escutei isso até da minha mãe, não só nesse assunto como em outros quando abordei o “você não está deixando ele ter autonomia e saber tomar decisões” (ele no caso é meu irmão mais novo, de 28 anos).
O fato de uma pessoa não ter filhos não a desqualifica para opinar sobre o assunto “ter filhos”. O que define se um argumento é válido ou não é se as premissas são verdadeiras e se a conclusão é lógica (e não “quem está falando”). Eu, por exemplo, nunca pulei da janela do 20o andar de um prédio, mas isso não me desqualifica de argumentar que, quem tentar fazer isso, muito provavelmente vai morrer. Não preciso “viver” a situação para saber quais são as consequências.
Essa coisa de tentar desqualificar argumentos por causa da situação particular de quem fala é aquilo que se chama de “falácia genética” (é uma variação da “falácia ad hominem”). Isso é um mecanismo mental de negação da realidade ou, em casos mais graves, uma tentativa deliberada de censura e cerceamento das opiniões alheias, para tentar “calar” pessoas que apresentam argumentos em contrário.
Prezado André
Seu trabalho é muito bom. Parabéns.
Cheguei até aqui por absoluta necessidade de resolver meu “caso”.
Agradeço se algum participante puder dar-me um reforço moral.
Tenho um filho que está na categoria “5”, da sub-categoria “sonhador”.
Agravado pelo fato de ter 2 filhos (duas criancinhas). Ainda mora com a esposa e filhos (na casa de propriedade dela). Digo ainda pq, seguramente, ela já o teria chutado ele se não fosse a ajuda financeira que dou.
Eu pago parte das despesas da casa deles. Já desembolsei uns 500mil.
Até onde sei os pais da esposa também ajudam. Ela não trabalha fora.
Profissionalmente ele é um moço esforçado, mas ainda não deu certo.
Não vejo possibilidade dessa situação mudar, pois a profissão dele está em crise há muito tempo. (Deus me perdoe. Eu não estou profetizando nada).
Tenho mais uns 500mil disponíveis e acho que ele sabe disso.
Também sinto que usam os netos para “explorar” a gente.
Não tenho coragem de dizer a eles o que deve ser dito. Minha esposa também não tem coragem e acha que devo ajudá-lo mais um tempo.
Por favor, peço um apoio moral.
Obrigado
Odayr
Odair, complicado! Se seu filho é esforçado e realmente não tem oportunidade, fica difícil parar de ajudar. O problema é se a pessoa se acomoda com ganhar tudo de mão beijada e virá um filho explorador. Eu tenho uma irmã assim. Meu pai já deu para ela mais de 1 milhão de reais na vida, com estudos, carro, apartamento, mas no caso dela, ela só quer estudar, trabalhar que é bom não quer. Mas meus pais dizem para ela ficar tranquila, escolher um bom emprego com calma e nisso já passaram mais de 50 anos. E nem cuidar deles na velhice ela quer. Tenho pena dos meus pais mas ao mesmo tempo raiva, porque eles alimentam este círculo vicioso. Acho que não é o seu caso, pelo que vc falou, mas se te consola, minha irmã consegue explorar mais que seu filho.
Obrigado André.
Suas palavras ajudam sim.
Fico sensibilizado diante da situação de sua irmã. Parece mesmo que essa condição (algumas pessoas que se mantêm explorando parentes) é mais comum do que eu pensava.
Vale registrar que, neste ano de 202, meu filho obteve uma melhora nos rendimentos profisisinais, a indicar que poderei encerrar esse ciclo no começo de 2022.
Sinceros agradecimentos por sua manifestação.
Odayr
Tenho uma irmã na posição número 5, trabalha, ganha seu salário, mas gasta o salário dela e a renda toda da minha mãe, salário, pensão e aluguéis, pois, ajuda suas duas filhas que estão na posição número 5 também. Não acho justo, trabalhei a vida toda ganhando pouco e vivendo no aperto. Minha mãe está com 85 anos, será que há uma lei contra essa exploração?
Eu tenho uma irmã que considero na subcategoria 5. Meus pais sempre a protegeram desde pequena, por ela ser a mais nova e ser pequenina(é até hj). Quis ser dentista, abandonou, isso depois do meu pai pagar uma faculdade caríssima e montar consultório para ela. Ainda colocou a culpa no meu pai, porque ele incentivou ela a ser dentista (por escolha dela). Desde lá já tentou várias profissões, mas acabou desistindo de todas. Hoje ela é cinquentona e solteirona, e não dá certo em nada. Estuda, estuda, mas trabalhar e ganhar dinheiro que é bom, nada. Detalhe: desde então, meu pai já deu para ela apartamento, carro (paga até a gasolina do carro), cursos que ela faz, dá mesada, paga todas as despesas . Eu como irmão, não acho justo, pois estou na categoria 1, ou seja , sempre me virei, apesar de estar longe de ser rico. Meu pai nunca foi de me proteger, ao contrário dela. Já dei uma indireta para minha mãe, que se faz de cega. Acho minha irmã uma parasita folgada e as vezes me pego sentindo muita raiva dela. A-enxergo como um estorvo e depois me sinto culpado, pois apesar de tudo é minha irmã. Queria saber a opinião de vocês sobre o meu caso, se é normal o que sinto e como devo agir. Minha esposa, apesar de achar um absurdo, me disse que não tem o que fazer, porque meus pais morrem de dó porque ela é solteirona e fracassada. Acredito que ela é resultado das escolhas que fez na vida, e como ganha tudo de mão beijada, não tem garra.
Eu acho o máximo esses cuzões todo certinhos morrendo de inveja de quem está tirando algum proveito fazendo algo de errado. Eu sei muito bem como interpretar, se o sujeito que está fazendo algo de errado não está atingindo o cuzão que “não suporta injustiça”, eu fico com a consciência cristalina em dizer que oque ele tem é uma vontade enorme de fazer o mesmo mas não tem coragem. Isso é em tudo.
Porém, se eu sou atingido por uma atitude, seja errado ou não, aí eu vou mesmo ter fundamento pra descer a lenha. Se oque fazem de errado não me atinge e não representa perigo à “vítima”, porque eu que vou ser o salvador do mundo? E, além disso tem pais que tem essa noção e preferem isso e não ia gostar nem um pouco da sua inveja e recalque de certinho enrustido e cheio de justiça própria. Preocupe-se com a sua vida. Pare de bater punheta com o Pinto alheio.
Eu acho que sua argumentação até faz algum sentido (apesar de eu não concordar com ela). Só acho uma pena que, em um artigo em que quase todas as pessoas que responderam fizeram isso usando suas identidades verdadeiras, você tenha optado por fazer isso usando um pseudônimo.
Isso enfraquece a credibilidade do seu argumento e, aos olhos de quem está lendo, acaba dando a impressão de que você é merecedor do adjetivo que você mesmo usou no começo de sua mensagem, que também é bastante usado para definir pessoas que falam e fazem coisas sem “mostrar a cara”.
Enfim, eu também desconfio de que algumas pessoas que se fazem de “indignadas” são pessoas que gostariam de fazer o mesmo, mas não têm competência/coragem para isso.
E acho que a sua mensagem toca em um tema importante para o debate, mas o seu tom “exageradamente informal”, com palavras não muito elegantes e o fato de não assumir a autoria acaba mais prejudicando seu argumento do que ajudando.
Andre, fiquei comovida com seu depoimento. São sentimentos conflitantes; por um lado sua irmã que é do seu sangue, mas ao mesmo tempo uma parasita de pais idosos. Realmente vejo isso acontecer. Ter um irmão encostado, explorador do dinheiro dos pais, porque é mimado por eles, é lastimável. São idosos que não se preocupam com seus próprios futuros e depois ainda o filho que foi menos ajudado, mas sempre foi trabalhador, tem que sustentar estes mesmos pais que sempre demonstraram predileção pelo filho folgado e encostado, que deu trabalho a vida inteira . As pessoas podem falar que é inveja da sua parte, mas inveja do que? Eu considero isso injusto mesmo, porque os dois são filhos e merecem a mesma consideração. A não ser que sua irmã estivesse sido ajudada de forma pontual, em uma fase difícil, eu não veria problema, mas pelo que vc fala, ela foi sustentada a vida inteira e ainda é ingrata com os pais.
Pelo que eu notei no seu discurso, sua irmã me parece aquela pessoa vitimísta, que joga a culpa nos pais de seus fracassos e seus pais preferem não bater de frente e sim ajudá-la com mais dinheiro e daí ela se acomoda cada vez mais e se torna um ciclo vicioso . Pior, lamento te dizer, mas nessa altura da vida, já virou um padrão que só se encerrará quando seus pais morrerem . A melhor coisa é virar a página e seguir sua vida. Se pelo menos ela cuidar dos seus pais na velhice, vc será poupado de muito nervoso, porque não é fácil cuidar de idosos e ela sempre foi protegida por eles, então é justo ela agora proteger mais do que vc. Mas pelo que vc disse, ela não quer saber de cuidar dos pais, só explorar mesmo e sem peso na consciência, o que é mais revoltante, né? Tem coisas que só estando na pele para entender como deve ser deprimente essa situação, mas te recomendo desencanar e seguir sua vida.
Gaste sua energia com o que vc pode mudar. Essa situação, já é causa perdida. Desejo-te sorte e paciência.
Celly, obrigado pela empatia. Apesar de vc não me conhecer, vc matou a charada. Depois que escrevi este recado em 2021, em um momento de desabafo, tanta coisa aconteceu e hj recebi a notificação e resolvi ler o que eu tinha escrito na época e os comentários. Acabou que minha irmã continuou sendo sustentada pelos meus pais, até que ficaram sem economia para a velhice. Meu pai ficou doente, e ela descaradamente sugeriu que internasse ele no hospital público e eu acabei concordando, já que ele mesmo não se preocupou em economizar para sua velhice e sempre se preocupou com ela. Meu pai morreu e hj, minha mãe mora comigo, minha esposa e 3 filhos. Foi meu pai morrer, não deixar herança , pois minha irmã acabou com tudo, que eu cheguei para ela e disse que a mamata tinha acabado e que eu não enviaria mesada como meus pais faziam, fui firme com ela. Ela ficou assustada, disse que tinha medo de passar fome, chorou, fez drama, mas eu fui decidido, pois tenho minha família para sustentar e a mãe acabou ficando comigo, pois minha irmã disse que agora ia ter que “tocar a vida dela”, já que era sozinha e não tinha mais os pais para ajudá-la. Ela é uma mulher bonita, apesar de já ter 55 anos, sempre se cuidou, então não casou porque não quis e sempre foi enrolada em vários aspectos, como já falei. Acabou que ela arranjou emprego e hj trabalha, fora os alugueis de imóveis que meu pai em vida deixou para ela , por dó. Foi meu pai morrer, que ela arranjou emprego, ou seja, ela era realmente encostada e de vez em quando visita minha mãe. Sobre o comentario do papo reto, ele provavelmente é um filho 5 encostado como minha irmã, ou um pai panaca como o meu era, que sustenta um número 5, porque não é normal tanta violência nas palavras com alguém que nem conhece . Provavelmente ele , papo reto se identificou com minha irmã de alguma forma. Hj tudo isso passou, mas fica a lição de jamais fazer isso com meus filhos, pois essa predileção descarada só levou meu pai a falência, não fez minha irmã ser grata e cuidar dos meus pais na velhice e fez eu enxergar minha irmã como uma folgada, encostada , acomodada, graças a atitude de meus pais. Não façam isso. Ajudas pontuais, ok, faz parte da vida, mas sustentar manmanjo saudável, de forma alguma. Esse artigo precisa ser divulgado. Filhos exploradores de velhos inocentes, é um assunto real. Obrigado.
Ainda não viram a minha irmã, tem quase 40 anos e não trabalha, não estuda, dorme o dia todo, não busca nada no mercado nem se entregar o dinheiro na mão dela e não toma banho. Tirando a parte do banho, o restante é assim há quase 20 anos. Ela faz todo mundo continuar aceitando o jeito dela dizendo que só precisa de uma ajudinha. A ajudinha nunca ajuda porque ela só come, dorme e para dar uma demonstração de responsabilidade: pega uma vassoura e varre todo dia a mesma parte da casa que ninguém usa. Não aceita consultar um profissional para ver se está com dificuldade psicológica e diz que ela está bem, mas que ninguém entende que ela tem o divino dentro dela. E quando eu converso com a mãe sobre, a mãe briga comigo.
Artigo muito esclarecedor. Quem está de fora vê melhor as coisas. O envolvimento emocional cega as pessoas quando precisam tomar decisões que envolvam esse laços afetivos.
Perfeito esse artigo.
Estou nesse momento vendo em quais categorias meus filhos se encaixam.
Em qual categoria entra o filho adulto que parou sua vida para cuidar dos pais que estão com demência, não tem salário, não tem ajuda dos outros filhos, muito pelo contrário e depende do dinheiro dos pais para comer e é frequentemente chamado de ladrao e vagabundo? Categoria trouxa?
Um filho que está, efetivamente, cuidando dos pais, não é um “parasita” (pelo menos eu não consigo enxergar dessa forma). Há alguma razão para que uma pessoa como você descreveu, que cuida dos próprios pais (que têm limitações sérias) seja categorizada como “parasita”?
Muito bom seu artigo, André, mas eu gostaria de ver fontes sobre o assunto e não estou encontrando na internet. Pesquisas com metodologia séria, números de Associações, algo do gênero. Está difícil de achar!
Stíphanie, pelo q vi no início do artigo (não sei se estou certa), o André fez seu texto baseado nas suas experiências de consultor financeiro. Reuniu informações, dados a partir das histórias contadas por seus clientes.
Cara, fiquei muito contente em encontrar este post pois sou pai de filho unico e durante miha vida não tive uma orientação para os desafios da vida e um explo de familia muito bom e por isto estou sofrendo um pouco pois não sei exatamente se o que estou fazendo com meu filho de 19 anos esta totalmente correto. Eu sempre mando msg perguntando se esta td bem ou onde esta e com quem e que hora vai chegar e também ele não se sente confortavel para falar comigo ou com sua mãe pois acha que não incentivamos algumas de suas ideias. isto me deixa muito triste pois queria que ele nos visse de forma diferente como pais que amam ele e que só quer o bem dele. Seus texte me ajudou muito, obrigado. Sergio Oliveira
Olá. Sobre este assunto, tenho um enteado com 38 anos, casado e um filho de 9. Resolveu estudar para ser coaching e fez diversos cursos de neurociências, psicologia, relacionamento humano. Vive dando palestras (maioria de graça) e nunca encontrou uma forma de manter a sua estabilidade financeira. Não tem renda para se sustentar. Há 8 anos ele resolveu vir morar comigo e com a minha esposa, apesar da minha contrariedade, pois sempre soube que isso acabaria num relacionamento abusivo por parte deles (filho e nora), mas a minha esposa aceitou e fez eu aceitar também. Apesar de saber tudo sobre relacionamento humano, desenvolvimento pessoal e profissional, conhece diversas ferramentas para trabalhar recursos humanos, etc., até hoje ele diz que não encontrou uma forma de estabilizar sua situação financeira. Li no seu site que ele tem um propósito maior que é não se estressar por nada no mundo, custe o que custar. Apesar de aposentados, nós pagamos todas as despesas deles como mecânico do carro, aluguel de uma casa, academia, comida não porque eles comem em nossa casa. Certa vez quando toquei neste assunto de trabalho para obter uma renda fixa, como todo mundo faz, disse que ainda quer tentar algo no que ele sempre estudou (há 8 anos) e quando comecei a apertar a conversa, nas despesas que nós pagamos, ai ele falou como é que fica a depressão e a conversa acabou desandando. Parece que este é um assunto proibido de se conversar (que não há maturidade emocional da parte deles para enfrentar a situação – e eu penso que ele é muito esperto). Achei aquilo muito estranho. Minha esposa tem medo que ele faça qualquer coisa, inclusive atentar contra a própria vida e ficamos suportando essa convivência que tenho certeza que se trata de um relacionamento abusivo por parte deles. Obrigado.
Paulo, seu caso lembra a minha irmã na época que meu pai era vivo. Cuidado para não virar um hospedeiro de parasita safado, porque eles se acostumam e não dão valor nenhum. No caso da minha irmã, ela tinha depressão e vivia se fazendo de coitada. Meu pai pagava tudo, ela com mais de 50 anos e só reclamava deles para todo mundo. Quando meu pai morreu, eu fui claro que ela tinha que fazer o que precisasse para ganhar dinheiro, pois eu não iria continuar sustentando ela. Acabou que ela arranjou um emprego em uma loja como recepcionista e trabalha até hj lá. Comigo ela nunca mais tocou em assunto de depressão porque eu não dou corda e nem tenho dó. A enxergo como uma parasita mesmo que se deixar, me faz de hospedeiro. O ranço que eu tinha na época dela era tão grande, que eu já tinha perdido o respeito e nem tinha medo se ela se matasse. Seria um peso a menos. Olha o que a proteção absurda do meu pai causou no relacionamento entre irmãos, principalmente porque quem cuida da minha mãe até hj, sou eu e minha esposa. Minha irmã caiu fora, sempre foi parasita mesmo, de só querer tirar e não dar nada em troca. Além disso, meu pai deixou 3 casas para ela e disse para mim:-Você é esperto, sabe se virar, sua irmã coitadinha, não casou, é sozinha e tem depressão. Reclamei, falei que não concordava e ele disse que aquela era a decisão final, que ele havia trabalhado e deixaria a herança para ela, por dó. Minha mãe também concordou com meu pai, mas ela não esperava que minha irmã fugiria de cuidar dela na velhice. Sobrou para mim e minha esposa. Foi meu pai morrer que minha irmã percebeu que a mamata tinha acabado e a depressão que ela sofria acabou. Existem parasitas, porque existem hospedeiros e minha irmã, nem cuidar dos pais que cuidaram dela, foi capaz. Ficou uma magoa muito grande da minha parte e eu não quero fazer o mesmo com nenhum dos meus 3 filhos. Quero prepará-los para encarar a vida de frente, isso é ser um bom pai. E quero deixar minha história de exemplo se eu puder ajudar alguém, que é pai ou filho parasita a acordarem.
Entrando hoje neste site, fiquei atraída em ler um artigo que demonstra sensatez e ajuda pessoas a despertarem para situações de abusos e exploração. Vejo que há muita gente escrevendo e postando videos sobre maes narcisistas, abusivas, manipuladoras, entre outros títulos, muitas dessas pessoas não sabem como é perigoso tratar um assunto desse pra imputar rótulos em pais com base numa determinada conduta deste pai ou mãe, pais estes que se debruçaram nos livros p estudar, conseguir boa remuneração no trabalho e investir nos filhos para deixá-los com autonomia financeira e dignidade quando partirem para brilhar no céu. Essa maratona, essa luta em oferecer o melhor para os filhos, protegê-los do mundo da criminalidade, das drogas e do mal caratismo, virou sinônimo, abuso, autoritarismo, narcisismo, manipulação e pais tóxicos, para muitos desses que distorcem fatos e escrevem sem profundo conhecimento. Muito triste mesmo para os pais bem intencionados, passarem a ter papel de bandido.
Meu caro, parabéns por sua publicação!
Eu mesma já me enquadrei na categoria 5, tipo perdido. Hoje procuro assistir meus pais à medida do possível. Mas tenho dois irmãos que também podem ajudar. Um deles mora na casa de meus pais. Após um divórcio, voltou pra lá e já está constituindo uma terceira família. Ele trabalha, ganha bem, administra uma pensão para a filha caçula (ficou viúvo há dois anos), mas vive na casa dos pais completamente de graça. NÃO PAGA: aluguel, água, luz, telefone, internet (acho que uma internet ele paga, há duas redes), condomínio, IPTU, conserto do carro dele (quebrou, minha mãe consertou, mas continua usando e depreciando um dos carros dela), IPVA do carro dele, alimentação da família dele (ele, a filha de 14 anos, a nova mulher, a filha de 17 anos da nova mulher), trouxe animais pra casa de meus pais e não cuida (não compra a ração, não paga o veterinário, a castração, os cuidados médicos) , os passeios pra almoçar fora com meus pais e a família dele, SÃO PAGOS POR MEUS PAIS, etc. Ele se uniu a uma parceira de exploração e ambos também se enquadram nos sinais suspeitos do seu outro artigo sobre abuso e violência financeira contra idosos. E sabe o que é o pior de tudo? Minha mãe vive reclamando que está endividada, que não tem dinheiro pra nada, mas anui as atitudes dele e da família dele. No final, meu irmão caçula e eu é que somos intrometidos.
Meu filho só sabe mim explora não min ajuda com nada compra no meu. Cartão não paga briga comigo quando não empresto tenho 65 anos ele tem 42 o que eu faço ino