18/03/2021 • , • por Andre Massaro

Quer ficar rico? Pare de odiar pessoas ricas!


Indo direto ao ponto: Você quer ficar rico? Então, pare de odiar aquilo que você deseja!

Um dos motivos (talvez o principal) pelo qual a maioria das pessoas não consegue aquilo que quer é porque elas têm objetivos e crenças conflitantes.

É mais ou menos como a pessoa que quer emagrecer e, ao mesmo tempo, quer comer aquele bolo de chocolate coberto de mousse. São dois objetivos que se auto anulam.

Então, se você quer ficar rico, é absolutamente imprescindível que você ALINHE suas crenças com seus objetivos.

O que você precisa saber sobre pessoas ricas

Uma coisa que me deixa realmente incomodado, no mundo das finanças pessoais e do desenvolvimento pessoal, são aquelas listas de dicas ingênuas que tentam explicar porque os ricos são ricos. Aquelas coisas na linha “6 coisas que os milionários fazem e você não”.

Grande parte daquilo que as pessoas ricas fazem são feitas EXATAMENTE porque elas são ricas.

Não se discute, por exemplo, que conhecimento é importante e é, potencialmente, gerador de riqueza. Mas os ricos não são ricos porque “leem mais”. Eles leem mais PORQUE são ricos!

Gente rica tem mais tempo e recursos para despender em atividades culturais e intelectuais. É a velha confusão entre correlação e causalidade

Então, o que eu gostaria que você soubesse (caso ainda não saiba) é que as pessoas ricas não são “diferentes”. Elas são pessoas comuns, como eu e você, com a única diferença de que estão “montadas na grana”.

E é por essas e outras que o ódio contra pessoas ricas (e isso realmente existe) não faz muito sentido, pois o componente realmente importante em “pessoas ricas” é o “pessoas”, e não o “ricas”.

O poder transformador do dinheiro

Eu não quero bancar o dono da verdade, mas eu estudo o dinheiro (em todas as suas manifestações) e o comportamento humano há algumas décadas.

E eu definitivamente NÂO ESTOU convencido de que o dinheiro tem o poder de transformar as pessoas em algo diferente do que elas são.

Na minha experiência e na minha visão, pessoas ricas malvadas são, antes de tudo “pessoas malvadas”. O “ser rico”, nessa situação, apenas permite à pessoa ser o grandessíssimo FDP que ela é…

Então, podemos dizer que o dinheiro (ou a riqueza, se preferir) não é uma coisa inerentemente boa ou ruim. É uma ferramenta que, quando presente em abundância, permite à pessoa ser quem ela realmente é.

Uma pessoa sacana pobre não tem muitas oportunidades de ser sacana, pois precisa da ajuda dos outros (então, precisa controlar o comportamento, para não ser punida por seu grupo social e familiar).

Mas, se essa pessoa enriquecer, o dinheiro vai permitir que toda essa sacanagem e essa maldade, que estavam reprimidas, venham à superfície.

Então, se a pessoa é inerentemente boa, ela continuará sendo boa caso enriqueça. Se a pessoa é inerentemente má, ela será má caso enriqueça.

Só que pessoas “más” (narcisistas e gente com traços de psicopatia) acabam tendo mais facilidade para enriquecer… e isso distorce a amostra e leva às generalizações (que, por sua vez, leva ao ódio contra uma classe de pessoas).

Por que algumas pessoas têm ódio de gente rica?

Existem quatro razões principais que levam pessoas a terem ódio de gente rica:

Tribalismo

É o ódio a quem é diferente. A quem não faz parte da mesma “tribo”.

Esse é um ódio ancestral que está “impresso em nosso DNA”. E é o mesmo tipo de impulso que dá origem ao racismo, à xenofobia e a outras formas de preconceito.

E, como as pessoas ricas são uma minoria que, tipicamente, se relacionam com seus pares, são vistos pela maioria como se fossem do “grupo adversário”.

Ressentimento e inveja

Ressentimento é o ódio voltado, tipicamente, para pessoas de status superior, que acreditamos ser a “fonte” de nossa frustração.

O ressentimento é diferente do ódio puro e simples (que é voltado para pessoas de status similar) e é uma emoção semelhante à inveja.

A diferença entre ressentimento e inveja é que a inveja vem do desejo (não satisfeito) de ter aquilo que a outra pessoa tem, o que não acontece, necessariamente, no ressentimento.

Senso de justiça

O “senso de justiça” é a percepção de que a sociedade é desequilibrada e que algumas pessoas sofrem com esse desequilíbrio. E essa percepção vem, em grande parte, da empatia e da compaixão com aqueles que estão sofrendo.

Empatia e compaixão por pessoas em posição de vulnerabilidade são coisas positivas e nobres. Porém, algumas pessoas transformam isso em ódio contra aquelas pessoas que “estão bem”, pois acreditam (frequentemente baseadas em argumentos falaciosos) que as pessoas que “estão bem” são a causa do sofrimento das pessoas que “estão mal”.

O senso de justiça é uma coisa “legítima”. Porém, frequentemente, está apoiado em argumentos e pressuposições erradas sobre como funciona a economia e a sociedade.

Ressentimento e inveja disfarçados de senso de justiça

Essa é uma razão bastante comum (e bastante difícil de reconhecer, especialmente quando se é a pessoa que “odeia” os ricos).

A pessoa tem ressentimento e/ou inveja, mas não admite isso (aliás, eu acho que nunca vi uma pessoa invejosa admitir, com todas as palavras, que é invejosa).

Então, o indivíduo usa a questão da “justiça social” como uma muleta argumentativa para racionalizar seu ódio contra os ricos.

A pessoa consegue aliviar a própria inveja (ou ressentimento) e, de tabela, “passa recibo” para as outras pessoas de alguém que está, legitimamente, preocupado com o “bem estar da sociedade”…

O ressentimento e a inveja são emoções negativas, mas são legítimas. A compaixão e a empatia são emoções positivas, e igualmente legítimas. Mas o ressentimento “disfarçado” de senso de justiça social não é uma coisa legítima – é apenas a velha e boa hipocrisia…

Por que uma pessoa não consegue enriquecer?

Existem inúmeras razões que podem impedir uma pessoa de enriquecer ou, pelo menos, retardar o processo de enriquecimento.

Eu vou listar, aqui, cinco dessas razões, que eu entendo serem as principais.

Barreiras para ficar rico – Azar

O “azar” está associado às circunstâncias em que a pessoa nasce. Ninguém escolhe (pelo menos não que a gente saiba) as circunstâncias em que nasce.

Alguns têm a sorte de nascer em uma família que já fez “a maior parte do trabalho duro”. A pessoa já nasce com os recursos e os contatos que precisará para construir riqueza (ou já tem a riqueza “pronta”).

Outros não têm acesso aos mesmos recursos, contatos e conhecimento, e acabam se perpetuando numa situação de pobreza.

Tem gente que consegue superar essa barreira e enriquecer (as estantes de livros de autoajuda e biografia estão cheias de histórias desse tipo). Porém, essa é a exceção e não a regra. E é difícil superar circunstâncias ruins.

Barreiras para ficar rico – Preguiça

Algumas pessoas não enriquecem, simplesmente, por serem preguiçosas.

Às vezes, até têm todos os recursos e as condições para enriquecerem, mas não estão dispostas a fazer o trabalho e o sacrifício necessários para a construção da riqueza.

Barreiras para ficar rico – Falta de ambição

Para quem quer ficar rico, pode parecer inimaginável que algumas pessoas simplesmente “não deem bola” para a riqueza. Mas existe gente que, simplesmente (e de forma legítima – não é recalque) não tem interesse em enriquecer.

Barreiras para ficar rico – Incompetência

Chamar alguém de “incompetente” é um dos maiores xingamentos “não palavrões” da Língua Portuguesa. Mas, aqui, quero falar da incompetência em sua essência, sem paixões.

Uma pessoa é incompetente quando “não tem condições de competir”. É a pessoa inapta (sem aptidões), que não tem as habilidades necessárias para fazer aquilo a que se propõe.

Barreiras para ficar rico – Aversão ao risco

O quinto e último motivo é, pura e simplesmente, a aversão ao risco.

Algumas pessoas são mais conservadoras e não tem o grau de “porralouquice” necessária para fazer um grande comprometimento e assumir grandes riscos, em prol do objetivo de enriquecer.

Falando um pouco sobre mim

Quando se odeia as pessoas ricas, frequentemente elas estão fazendo o papel de bode expiatório.

É uma reação natural do ser humano canalizar sua raiva e suas frustrações em direção a outras pessoas, para não ter que confrontar suas próprias fraquezas e limitações.

Ninguém gosta de admitir que é azarado, preguiçoso, acomodado, incompetente ou medroso

Por isso, eu vou falar um pouco de mim mesmo (e de minhas próprias limitações) para, quem sabe, te deixar um pouco mais a vontade com as suas próprias limitações (isso, naturalmente, assumindo que você já não seja uma pessoa rica).

Desde que eu me envolvi com educação financeira e me tornei uma pessoa com algum grau de exposição pública, eu adotei como norma NUNCA falar sobre a minha situação financeira (mesmo quando sou pressionado ou desafiado).

Quando alguém me pergunta “se eu já sou rico”, se eu “já alcancei a independência financeira”, “onde eu invisto” e coisas do gênero, eu sempre dou respostas evasivas como “eu vivo uma vida confortável”.

A minha vida financeira não é da conta de ninguém (assim como a sua também não é) e, até hoje, eu tenho uma grande dificuldade em entender a curiosidade de alguns sobre a vida financeira alheia.

Eu vejo isso como uma espécie de “voyerismo financeiro”, uma espécie de perversão meio doentia… Quando alguém me pergunta sobre meu patrimônio, a imagem que me vem a cabeça é de um menino de doze anos querendo comparar o tamanho do “piu piu” dele com o dos amiguinhos…

Mas, enfim… Depois de ter feito todo esse “disclaimer”, eu vou compartilhar algo sobre a minha vida: Independentemente de quanto dinheiro eu tenho ou deixo de ter, eu me enxergo como alguém que tem uma situação financeira ABAIXO do meu verdadeiro potencial. Eu acho (sinceramente) que, considerando as circunstâncias em que nasci e outros fatores, eu poderia ter ido “mais longe”.

Só que eu identifico, em mim mesmo, alguns desses cinco fatores que eu mencionei. Em especial a preguiça (pois é…), a falta de ambição (tenho zero interesse por luxo e ostentação – eu gosto mesmo é de viver com algum conforto e não ter muita encheção de saco) e aversão ao risco extrema (sou aquele cara que, se você me chamar de “cagão”, eu vou te responder “sim, onde eu assino?”).

Inclusive, eu falo um pouco dessas limitações e dessas características de minha personalidade (só que de forma menos explícita) no meu artigo “Como ser um bilionário” (que eu recomendo fortemente a leitura).

Quem sabe se, falando das minhas limitações, você fica um pouco mais confortável para encarar as suas próprias?

Por que, então, NÃO odiar as pessoas ricas?

Pela simples razão que é algo contraproducente.

Se você odeia por causa do “senso de justiça”, procure fazer algo a respeito pela sociedade. Mas, simplesmente “odiar” e nutrir sentimentos negativos contra as pessoas ricas não vai ajudar em nada.

Pelo contrário, isso vai ser ruim para a sua saúde e, acredite, as pessoas ricas não dão a mínima para o que você pensa delas. A única pessoa prejudicada será você.

Se você odeia por ressentimento, entenda que “pessoas ricas” são apenas “pessoas” (a diferença é que elas têm mais dinheiro). Não é uma “espécie diferente”.

Por isso, cuidado com as generalizações. Uma pessoa má será má com ou sem dinheiro.

Se você odeia por inveja, pare de focar sua energia em odiar as pessoas ricas (que são o bode expiatório) e foque nos cinco fatores limitadores que foram apresentados neste artigo.

Descubra qual deles está te limitando e trabalhe nisso.

Agora, se você odeia as pessoas ricas por ser hipócrita, odeie mais… Continue odiando até ganhar uma úlcera.

Conclusão (e o outro lado da moeda…)

Você não deve odiar pessoas ricas simplesmente por serem ricas. A gente pode, em alguns casos, odiar pessoas (isso faz parte de ser “humano”), mas deveríamos odiar (se for pra odiar…) por razões justificáveis, que estejam associadas ao que a pessoa FAZ, e não ao que a pessoa É.

Odiar alguém pelo que se É (e não pelo que se FAZ) é, apenas, preconceito.

E o tal “outro lado da moeda” (ao qual você também deve atentar) é o oposto do ódio aos ricos, que é a IDOLATRIA aos ricos.

Gente que fica “pagando pau” para magnatas e empresários e seguindo cegamente tudo aquilo que eles dizem, na presunção de que “se fulano é rico, ele deve saber o que está dizendo”.

A idolatria às pessoas ricas está associada a um fenômeno chamado “culto à carga” (tem um artigo aqui sobre isso) e é algo tão (ou mais) idiota quanto odiar pessoas ricas…

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