07/03/2019 • , • por Andre Massaro

Como não ser uma “sardinha” na bolsa


Vamos começar com uma verdade dura e dolorida: A grande maioria dos investidores e traders (em particular os amadores) perde dinheiro no mercado consistentemente. Muitos “quebrarão” logo nos primeiros anos. Daqueles que não quebram, muitos têm um desempenho fraco no longo prazo, onde sequer se equiparam aos índices de referência dos mercados em que atuam. Uma boa parte sequer consegue superar a inflação.

Sardinhas em lata
Vida de sardinha não é fácil…

E aqui começa a grande novela da “sardinhagem”. No jargão do mercado financeiro, se chama de “sardinha” aquele investidor iniciante. Ou então o investidor ingênuo, que acha que vai “encher o rabo” (ou seria “cauda”) de dinheiro “na moleza”. A antítese da sardinha na bolsa é o “tubarão”, que representa os grandes investidores (como os grandes fundos). Os tubarões “movimentam” o mercado e devoram as sardinhas – no café da manhã, no almoço e no jantar…

Sardinhas se comportam, bem… Como sardinhas! Andam em grandes cardumes (os tubarões agradecem, pois vem uma grande quantidade de comida numa “dentada” só) e se reproduzem rapidamente (os tubarões também agradecem por isso).

Boa parte dos investidores vai acabar, inevitavelmente, virando “comida de tubarão”. E a minha “missão de vida” é fazer com que VOCÊ não tenha esse mesmo destino.

As sardinhas que sobrevivem não “viram” tubarões. São animais de espécies diferentes. Um investidor individual precisaria ter um volume de dinheiro equivalente ao de um institucional (como um fundo de pensão) para poder se equiparar a um “tubarão”. Então, a ideia aqui é sobreviver, ganhar algum dinheiro e não virar almoço de peixe grande.

O que, então, o pequeno investidor pode fazer para não virar uma sardinha na bolsa ou, pelo menos, ser uma “sardinha esperta”?

Educação financeira para deixar de ser sardinha na bolsa

O primeiro passo é investir em educação financeira básica. Isso significa buscar um entendimento pelo menos conceitual do mercado financeiro e dos principais instrumentos de investimento.

O mercado financeiro tem uma dinâmica própria. A coisa é mais ou menos assim: Tubarões movem os mercados, a maioria das sardinhas vira alimento de tubarão e algumas “sardinhas espertas” conseguem sobreviver (e têm uma vida razoavelmente tranquila).

Os “sardinhas” que não entendem a dinâmica do mercado são aqueles que investem errado (não conhecem o próprio perfil de riscos) e perdem dinheiro. São aqueles que investem, perdem e depois ficam choramingando pelos cantos dizendo que “o mercado é manipulado” e que o mundo é injusto.

A propósito, se ninguém nunca te contou isso antes, eu lamento informar, mas o mundo é, sim, um lugar injusto…

Ter expectativas realistas nos investimentos

O mercado financeiro tem alguns limites. Não adianta se iludir e achar que você vai ganhar uma “fortuna” no mercado financeiro. Os retornos da maioria dos investidores, no longo prazo, tendem a convergir para um determinado ponto e esse determinado ponto está, na maioria das vezes, próximo ou abaixo dos principais índices do mercado.

Achar que você vai ganhar, consistentemente e no longo prazo, “10% ao mês” é ilusão. Também é ilusão achar que você vai conseguir tirar um “salário” do mercado financeiro. Na época da renda fixa generosa e dos juros altíssimos, isso até podia ser verdade, mas hoje não mais…

Sardinhas acham que vão enriquecer e fazer fortuna no mercado financeiro (e rápido). Essa ilusão leva o investidor “sardinha” a se arriscar excessivamente, sem ter muita noção do que está fazendo…

Então, tenha noção daquilo que o mercado normalmente oferece (em termos de retornos) e trabalhe nesse patamar. Qualquer coisa acima disso implica em riscos maiores que podem, em algum momento, comprometer todo o patrimônio investido.

Saia do cardume!

Sardinhas andam em grandes bandos (cardumes). Animais que andam em bando fazem isso, entre outras coisas, para poupar energia.

E sabe o que gasta MUITA energia? Pensar. Isso mesmo, PENSAR representa um dos maiores gastos de energia.

Então, buscamos andar em bando, ter líderes, “gurus” e coisas do gênero para NÃO TERMOS QUE PENSAR. Alguém (o “guru” ou “grande mestre”) pensa por nós e nos diz o que fazer… Aí fica fácil!

Se você não quer ser um “investidor sardinha”, é FUNDAMENTAL que você pense por si só. É preciso fazer seus próprios estudos e tomar suas próprias decisões.

Você até pode usar análises e opiniões de terceiros, mas essas coisas sempre serão ferramentas de apoio à tomada de decisão. E a decisão é sempre SUA. Se você acerta é mérito seu. Se você erra, a responsabilidade é 100% sua (e o prejuízo também).

Seja consistente

Sardinhas (como outros seres que andam em bandos) não gostam muito de pensar. E outra coisa que nos poupa de pensar é, simplesmente “seguir modinhas”. Vamos atrás daquilo que os outros estão fazendo, na presunção de que “alguém já pensou por nós”.

O mercado financeiro tem as suas “modinhas”. Quando a bolsa está em alta, tudo mundo só fala nela. Quando está em baixa, ela é esquecida. Porém, as boas compras são aquelas feitas quando os preços estão baixos (que óbvio!).

O investidor de sucesso é aquele que está no mercado O TEMPO TODO, e não apenas quando a bolsa está na capa das revistas e dos grandes portais.

Barão de Rotschild
Barão de Rotschild

Como diria Nathan Meyer Rothschild (“Barão de Rothshild”), devemos “comprar ao som dos canhões e vender ao som das trombetas”.

De nada adianta só entrar no mercado quando ele está batendo recordes seguidos, comprando na alta, e depois sair correndo “com o bumbum ardendo” quando vier uma grande queda.

Ser consistente significa ter uma estratégia e seguir essa estratégia em qualquer cenário. Isso vai aumentar (muito) a chance de fazer boas compras e bons investimentos naqueles momentos em que a “sardinhada” estará distraída com alguma outra coisa.

Gerencie seus riscos e administre as perdas

Perder dinheiro nos investimentos (em particular na renda variável) é inevitável. Porém, conseguimos controlar “o quanto” perdemos. E fazemos isso através de condutas simples, como a diversificação adequada e a adoção de outros mecanismos de limitação de perdas (como as famosas ordens “stop loss”).

A sardinha é, antes de tudo, um peixe otimista. Sempre acha que vai dar a “grande cartada” e que o tubarão vai comer as outras sardinhas do cardume, mas ela vai escapar…

É um típico comportamento de sardinha na bolsa se levar pela empolgação e fazer apostas grandes demais em um único ativo financeiro (uma única ação, por exemplo).

Investidores de sucesso não investem em uma ação, e sim em “carteiras”. Grande parte dos estudos acadêmicos de finanças tem como foco a montagem de carteiras de investimentos, que maximizem os retornos e minimizem os riscos. Mas os investidores sardinhas se acham muito espertos e acham que essa coisa de carteira é “bobagem”. Na “visão sardinhesca da vida”, diversificação é para os fracos. Investidores espertos como ele vão all in. Vai nessa…

Enfim, saiba que é possível ter sucesso nos investimentos. Mas antes de ter sucesso é preciso aprender a sobreviver. Antes de qualquer coisa, NÃO SEJA UMA SARDINHA NA BOLSA.

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