08/01/2020 • • por Andre Massaro

Ticker – Entenda o código das ações


Uma das primeiras coisas que investidores em ações iniciantes notam é que as ações são referidas por uma espécie de código alfanumérico abreviado: esse código é chamado de ticker.

O lugar onde o investidor vai ter mais contato com o ticker é na própria plataforma de negociação de ações (o homebroker), mas ele aparece também em portais de finanças, redes sociais e até em programas de televisão. Se você assistir a um programa jornalístico de finanças e economia, é capaz que veja informações de ações (referidas pelos seus tickers) rolando na tela.

Como é o ticker no Brasil

O “modelo básico” do ticker brasileiro é composto de um código de quatro caracteres (usualmente letras) seguido de um número. Esses quatro caracteres identificam a empresa emissora e o número identifica o tipo de ação.

ABCD3

Neste exemplo, “ABCD” identifica a empresa emissora da ação e o número “3” identifica que aquela é uma ação ordinária (mais sobre isso adiante).

Veja alguns exemplos reais de ações e seus tickers:

PETR4 – Ação preferencial da Petrobrás
BBDC4 – Ação preferencial do Bradesco
VALE3 – Ação ordinária da Vale

A parte do nome não tem muito segredo. O que costuma causar mais dúvidas é a parte do número. Os números significam:

1 – Direito de subscrição de ação ordinária;
2 – Direito de subscrição de ação preferencial;
3 – Ação ordinária;
4 – Ação preferencial;
5 a 8 – Ações preferenciais de classe A, B, C e D (respectivamente);
9 – Recibo de subscrição de ação ordinária;
10 – Recibo de subscrição de ação preferencial;
11 – Units, ETFs ou cotas de fundos
.

Uma coisa importante a ressaltar é que nem todos esses números representam ações propriamente ditas. Alguns representam direitos sobre ações ou “aglomerados” (casos das units e cotas de fundos). Porém, todos os números representam um título negociável.

Variações dos tickers brasileiros

Existem situações em que os tickers podem fugir, ligeiramente, dos padrões descritos.

Mercado fracionário

No caso das ações, uma variação é quando as ações são negociadas no mercado fracionário (se quiser saber mais, veja este artigo: O que é o mercado fracionário de ações). Neste caso, é adicionada a letra “F” no ticker.

Assim, uma ação preferencial da Petrobrás (PETR4), no mercado fracionário, vai ser identificada pelo ticker PETR4F.

Mercado de balcão

Títulos negociados em mercados de balcão (acontece com algumas ações e fundos imobiliários, por exemplo) levam a letra “B” no final do ticker.

Mercado de opções

No caso das opções (que são instrumentos derivativos), segue o padrão dos quatro dígitos para identificar a empresa (que, no caso, não é empresa emissora da opção, e sim empresa emissora da AÇÃO na qual aquela opção é baseada).

Se adiciona uma quinta letra, que identifica a data de vencimento e também se aquela opção é de compra (call) ou de venda (put). E se adiciona um número quem em geral, corresponde ao preço de exercício (strike) daquela opção. Porém, não necessariamente esse número vai corresponder ao preço de exercício.

Por exemplo, VALEF53 representa uma opção de compra de ações da Vale, com vencimento em junho e preço de exercício (presumido) de 53.

O mercado de opções tem uma série de peculiaridades. Por isso, quem participa precisa estar atento aos tickers, especialmente essa questão do preço de exercício. É preciso conferir os tickers das opções a cada vencimento.

Mercados futuros

Os contratos futuros também são um tipo de derivativo. No Brasil, usa-se um código de TRÊS letras para identificar o ativo no qual o contrato é baseado. Assim, o dólar é identificado como “DOL”, a taxa de juros futura é identificada por “DI1”.

A isso, se adiciona uma quarta letra, que identifica o mês de vencimento, e um número que representa o ano.

Assim, WINQ22 significa um minicontrato futuro de índice Bovespa (código WIN), com vencimento em agosto (Q) de 2022.

Os tickers no exterior

Em praticamente todas as bolsas do mundo os ativos são identificados por tickers. Nos Estados Unidos, por exemplo, o padrão é usar de uma a quatro letras (sem números). Por exemplo:

AA – Alcoa
TSLA – Tesla Motors
C – Citigroup

Ainda no caso dos EUA, se usa uma letra para identificar o tipo de ação ao ticker (equivalente ao número que se usa no Brasil), mas essa letra não costuma aparecer fora das plataformas de negociação. É conhecida como “quinta letra” na NASDAQ ou “behind the dot” (depois do ponto) na bolsa de New York.

A história dos tickers

O termo ticker vem de tick. No jargão da bolsa, um tick é a unidade de movimentação de um ativo. No caso de uma ação típica, essa “unidade mínima” é um centavo.

Então, quando uma ação sobe de 12,76 para 12,77, se diz que ela subiu um tick.

No “período Jurássico” dos mercados financeiros, as informações sobre as movimentações de preços eram passadas por via telegráfica e eram impressas por máquinas em uma “fita”, que era chamada de ticker tape.

Assim como muitos outras coisas no universo da bolsa, o nome é uma herança de tempos antigos.

Conclusão

Para quem investe na bolsa, entender e saber interpretar os tickers não é mera curiosidade ou “exercício acadêmico”. É fundamental para se “saber o que tem” em carteira e tomar decisões corretas.

Por exemplo, um investidor pode ter ações de determinada empresa e, um belo dia, “acordar” com títulos de final 1 ou 2 na conta de custódia. Ele precisará identificar que se trata de um direito de subscrição e precisará tomar uma decisão: Se vai vender, exercer ou “deixar morrer”.

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